domingo, 14 de setembro de 2014

Embargo da Argentina impacta a indústria de confectionery

As empresas associadas da ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados - registraram até 80% de queda nos volumes vendidos para a Argentina, principal mercado importador, nos últimos três anos. A estratégia para amenizar esse impacto é a busca por novos mercados.

Alguns empresários lamentam que a diplomacia tem sido usada com o país vizinho sem resultados para o Brasil.  “Acredito que a retaliação ao governo argentino seja a medida a ser tomada, proibindo a entrada de seus produtos no País. A passividade do governo impressiona e a cada dia que passa percebemos que não temos forças para brigar com um país de 40 milhões de habitantes”, declara Fabricio Beduschi Beloti, gerente de exportação da Bel Chocolates.

Diego Heineck, gerente de exportação da Simonetti Alimentos, compartilha da mesma opinião. A empresa, que exporta balas, pirulitos e drops, registrou uma queda de 90% nas vendas para a Argentina nos últimos três anos. “O Brasil também deve exigir licença de importação de todos os produtos de procedência argentina e liberar as licenças no mesmo montante e velocidade liberado pelo nosso vizinho. Outra possibilidade seria suspender a Argentina do Mercosul, já que o país não está cumprindo as regras do tratado”, afirma Heineck.

A Docile Alimentos questiona a limitação ao livre comércio: “De nada adianta fomentar as exportações brasileiras se sofremos com barreiras alfandegárias e a falta de acordos comerciais. Acho fundamental que o governo brasileiro se dedique a esses temas, pois não faz sentido o Brasil ter uma parceria com um país vizinho e este limitar o livre comércio entre ambos”, declara Cristian Ahlert, coordenador de exportação da Docile Alimentos. “O Brasil precisa se impor sobre esse assunto para que, inclusive, amenize a crise industrial pela qual passa.” complementa Ahlert.

Para a Dori exportadora de balas, gomas e pirulitos, o governo pode intervir e reverter a situação. “Com o apoio da ABICAB e outras associações, além de órgãos como a Fiesp, podemos insistir com o nosso governo para que algo seja feito em termos de negociação em favor do nosso segmento”, afirma Carlos Assis, gerente de exportação da Dori Alimentos.

Segundo Rodrigo Solano, gerente de Exportações da ABICAB, para enfrentar essa situação as empresas brasileiras têm focado investimentos na prospecção de novos mercados e em inovações e adaptações de embalagens e produtos para atendê-los.


Para se ter uma ideia, a próxima ISM 2015, maior feira de confectionery do mundo, sediada em Colônia, na Alemanha, contará com pelo menos 13 empresas brasileiras que levarão produtos 100% adaptados à demanda internacional. “Além disso, a ABICAB em parceria com a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – tem focado na diversificação de mercado o que deve reduzir a dependência da Argentina”, complementa Solano.

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