As empresas
associadas da ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau,
Amendoim, Balas e Derivados - registraram até 80% de queda nos volumes vendidos
para a Argentina, principal mercado importador, nos últimos três anos. A
estratégia para amenizar esse impacto é a busca por novos mercados.
Alguns
empresários lamentam que a diplomacia tem sido usada com o país vizinho sem
resultados para o Brasil. “Acredito que a retaliação ao governo argentino
seja a medida a ser tomada, proibindo a entrada de seus produtos no País. A
passividade do governo impressiona e a cada dia que passa percebemos que não
temos forças para brigar com um país de 40 milhões de habitantes”, declara
Fabricio Beduschi Beloti,
gerente de exportação da Bel Chocolates.
Diego
Heineck, gerente de
exportação da Simonetti Alimentos, compartilha da
mesma opinião. A empresa, que exporta balas, pirulitos e drops, registrou uma
queda de 90% nas vendas para a Argentina nos últimos três anos. “O Brasil também
deve exigir licença de importação de todos os produtos de procedência argentina
e liberar as licenças no mesmo montante e velocidade liberado pelo nosso
vizinho. Outra possibilidade seria suspender a Argentina do Mercosul, já que o
país não está cumprindo as regras do tratado”, afirma Heineck.
A Docile
Alimentos questiona a limitação ao livre comércio: “De
nada adianta fomentar as exportações brasileiras se sofremos com barreiras
alfandegárias e a falta de acordos comerciais. Acho fundamental que o governo
brasileiro se dedique a esses temas, pois não faz sentido o Brasil ter uma
parceria com um país vizinho e este limitar o livre comércio entre ambos”,
declara Cristian Ahlert, coordenador de exportação da Docile Alimentos. “O
Brasil precisa se impor sobre esse assunto para que, inclusive, amenize a crise
industrial pela qual passa.” complementa Ahlert.
Para a Dori
exportadora de balas, gomas e pirulitos, o governo pode intervir e reverter a
situação. “Com o apoio da ABICAB e outras associações, além de órgãos como a
Fiesp, podemos insistir com o nosso governo para que algo seja feito em termos
de negociação em favor do nosso segmento”, afirma Carlos Assis, gerente de
exportação da Dori Alimentos.
Segundo
Rodrigo Solano, gerente de Exportações da ABICAB, para enfrentar essa situação
as empresas brasileiras têm focado investimentos na prospecção de novos
mercados e em inovações e adaptações de embalagens e produtos para atendê-los.
Para se ter
uma ideia, a próxima ISM 2015, maior feira de confectionery do mundo, sediada
em Colônia, na Alemanha, contará com pelo menos 13 empresas brasileiras que
levarão produtos 100% adaptados à demanda internacional. “Além disso, a ABICAB
em parceria com a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos – tem focado na diversificação de mercado o que deve reduzir a
dependência da Argentina”, complementa Solano.
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