terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

"Mosaicos na arquitetura dos anos 50"



 As ruas e os espaços públicos de São Paulo são verdadeiras galerias de arte a céu aberto que abrigam as mais expressivas obras da arte mosaica. Criados por grandes artistas do segmento, os painéis em mosaico paulistas, além de ser elemento de modernização da arquitetura, também contribuíram para o crescimento econômico da cidade. Essa análise é feita pela arquiteta e especialista dessa arte, Isabel Ruas, autora do livro "Mosaicos na arquitetura dos anos 50 - Quatro artistas modernos em São Paulo", lançado pela Editora Via das Artes (vencedora do Prêmio Jabuti 2014, na categoria Arquitetura e Urbanismo), com o patrocínio da Cerâmica Atlas.

Projeto apoiado pela Lei Rouanet - Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC - Programa de Incentivo à Cultura do Governo do Estado de São Paulo, a obra tem como base a dissertação de mestrado da autora apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em 2000, com orientação do arquiteto e Professor Paulo Bruna.

A publicação é uma contribuição fundamental para arte urbana no Brasil, segundo Ana Xavier, coordenadora do projeto e diretora da Editora Via das Artes. "Há poucas referências bibliográficas sobre mosaicos no país. E esta publicação vem preencher uma lacuna existente no mercado, por ser um dos poucos títulos a abordar o uso da arte do mosaico dentro da arquitetura e seu impacto no ambiente urbano, bem como a estreita relação entre a arte e a indústria verificada na época", explica.
Com 196 páginas, ilustradas por fotos, o livro retrata a história da arte mosaica e analisa a extensa produção de painéis em mosaico na arquitetura moderna paulista, destacando suas diferenças em relação aos mosaicos europeus, especialmente os dos artistas da Escola de Artes Aplicadas de Paris, dos anos 50. Segundo Isabel, os mosaicos paulistas da época são símbolos da modernidade industrial e do crescimento vertiginoso da cidade. Enquanto, na Europa, a arte mosaica tinha a preocupação de trabalhar componentes com características fortemente artesanais em negação à indústria.

O livro ganha importância ainda maior por relevar imagens inéditas das obras de Bramante Buffoni, o que permite conhecer um pouco mais sobre os legados desse artista na arquitetura da cidade. Em sua análise, Ruas destaca ainda as influências e as contribuições de Emiliano Di Cavalcanti, Serafino Faro e Antônio Carelli no espaço urbano.

Em seu texto, Isabel Ruas observa que na década de 50, os mosaicos paulistas deixaram de desempenhar o papel de mero acessório decorativo de espaço plano, para se tornar parte da estrutura arquitetônica tanto de fachada e como de interiores de edifícios. Com a evolução da arquitetura no Brasil, a produção de painéis de mosaico ganhou força, contribuindo para o surgimento de diversas indústrias, entre elas a Cerâmica Atlas, que passaram a fornecer cerâmicas e outros materiais para confecção de painéis.


R$70,00

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