sexta-feira, 15 de maio de 2015

Catálogo de outono da Mistral traz lançamentos e novos produtores




 Ciro Lilla, presidente da Mistral, explicou a posição da importadora em relação à alta do dólar em editorial nesta edição do catálogo. “Primeiramente é preciso lembrar que essa alta reflete principalmente a inflação acumulada ao longo dos últimos anos – ou seja, os vinhos estão custando aproximadamente o que já custaram no passado.  Para amenizar o efeito das oscilações da moeda, frequentemente temos praticado uma cotação do dólar fixa, um pouco mais baixa do que a cotação oficial do momento. Outra medida adotada pela importadora foi reduzir preços em dólares de uma grande quantidade de vinhos europeus recém-chegados – compensando, em parte, o aumento da cotação do dólar.  Dessa forma, o consumidor pode ficar certo de que continuará a beber bons vinhos a preços que cabem no bolso. E os milhares de vinhos deste catálogo vão ajudá-lo nessa agradável tarefa”.


Novidades
Destaque para o Dominio de Pingus – um dos maiores nomes da Espanha e de todo o mundo, com seus disputados vinhos talhados artesanalmente –, que passa a ser representado no Brasil pela importadora. Produzido em minúsculas quantidades, Pingus é, ao lado de Vega Sicilia, o maior expoente da Ribera del Duero. O vinho se tornou reverenciado quando o crítico Robert Parker provou o tinto ainda não engarrafado e afirmou ser um dos melhores vinhos jovens que já havia provado. A expectativa aumentou ainda mais quando o navio com a grande maioria das garrafas primeira da safra, 1995, afundou a caminho dos Estados Unidos, criando uma demanda incomum e preços altíssimos para um rótulo espanhol. Nas safras seguintes, a qualidade melhorou ainda mais e Pingus foi o primeiro Ribera del Duero a arrematar uma nota 100 de Parker.

 

Também comandado por Peter Sisseck, chega à Mistral o Château Rocheyron, adquirido pelo enólogo quinze anos depois da fundação do Pingus. Localizada em Saint-Emillion, na margem direita de Bordeaux, a propriedade elabora um excelente Grand Cru Classé de rendimentos minúsculos, que foi apontado como “A” grande descoberta da safra 2013 por François Mauss, presidente do conceituado Grand Jury Européen. Segundo vinho da casa, o La Fleur de Rocheyron tem excelente relação qualidade/preço.

 

Evidence é a nova criação de Caroline Frey, proprietária do Château La Lagune e da lendária Maison Paul Jaboulet Âiné. A enóloga resolveu resgatar uma tradição antiga, dos séculos XVI ao XIX, quando châteaux de Bordeaux adicionavam uvas Syrah do Rhône para dar mais cor e corpo a seus vinhos. O tinto traz 50% de Syrah dos vinhedos do Crozes-Hermitage Thalabert, enquanto a Cabernet Sauvignon é colhida nos vinhedos do Le Moulin de La Lagune.

 

Ainda da França, há mais três lançamentos. O Côtes du Rhône Villages Domaine Plan de Dieu de Père en Filles, de Paul Jaboulet Âiné, recebeu 90 pontos nas safras de 2010 e 2012 de Robert Parker, que classificou o tinto como “Outstanding”. Grande achado do Rhône, Silène é um robusto Crozes-Hermitage com a assinatura de Jean-Louis Chave, um dos mais aclamados nomes do vinho. Já o Pauillac Private Reserve é elaborado pela família Schÿler –do famoso Château Kirwan, em Margaux – com uvas de vinhedos de excelente qualidade em Pauillac, sendo uma ótima compra para quem quer descobrir a tipicidade da região, que está entre as mais renomadas do Médoc.

 

Da Itália, chegam dois tintos. Gavelli é o novo Barbera d’Asti de Coppo (um dos principais responsáveis por colocar a casta Barbera entre as melhores da Itália), fresco, aromático e desenvolvido sem adição de sulfito, o que permite que o vinho não oxide. E San Lorenzo é o esperado Chianti Classico Gran Selezione do Castello di Ama, que foi eleito o 6º melhor vinho do mundo – e o melhor italiano – pela Wine Spectator em 2014.

 

Três vinhos portugueses estreiam no catálogo da Mistral. Encante é um tinto saboroso e cheio de fruta elaborado pela Herdade dos Coelheiros com as uvas Aragonez, Cabernet Sauvignon e Syrah sem passagem por madeira. O moderno Vinha da Avó, da Quinta da Lagoalva, traz uvas de um vinhedo plantado em solos arenosos pela avó do enólogo Diogo Campilho, em 1950, reenxertado três décadas depois por seu pai, Manuel Campilho, com as castas Syrah e Touriga Nacional. Já o aguardado Meandro Branco, da Quinta do Vale Meão, é interessante corte de partes iguais das castas Arinto e Rabigato, que resulta em um branco potente e cheio de personalidade.

 

Entre os espanhóis, mais três novidades. Produzido na Rioja, o Puente de Salceda, da Viña Salceda, é assinado por Fernando Chivite e tem perfil moderno e uma notável elegância, com 91 pontos recebidos pelo Guía Peñin, nota alta para sua faixa de preço. Criador do famoso Pesquera, o genial Alejandro Fernández apresenta dois rótulos de sua vinícola de La Mancha, a El Vínculo: o Alejairén, elaborado com a uva Airén, raramente encontrada em um branco de qualidade, e o raro El Vínculo Gran Reserva Edición Limitada, produzido apenas em anos excepcionais e usando a seleção mais rigorosa das melhores uvas. 

 

Do Novo Mundo, o catálogo de outono destaca dois novos vinhos: o argentino El Gran Enemigo Agrelo Cabernet Franc que, criado por Alejandro Vigil para replicar o estilo dos vinhos da margem direita de Bordeaux, recebeu a mais alta nota de Robert Parker para Cabernet Franc, 95 pontos na safra 2010; e o chileno Outer Limits Cinsault, da Viña Montes, desenvolvido por Aurelio Montes com uvas de um vinhedo muito antigo plantado sem irrigação no Vale do Itata, no sul do país.

 

 

 

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